Independentemente dos méritos (ou deméritos) do filme “Black Panther”, uma das consequências mais visíveis da atenção mediática que lhe foi dispensada e do sucesso comercial que obteve, foi ter traduzido o “afrofuturismo” para o primeiro plano da cena cultural contemporânea, em especial da norte-americana.
Um dos muitos sintomas deste interesse pelo “afrofuturismo” é a exposição patente no Museum of Contemporary Photography de Chicago (EUA). Intitulada “In Their Own Form”, a exposição tem curadoria de Sheridan Tucker e inclui obras de 13 artistas: Alun Be, Kudzanai Chiurai, Jim Chuchu, Teju Cole, Ayana V. Jackson, Mohau Modisakeng, Fabrice Monteiro, Zanele Muholi, Aida Muluneh, Paulo Nazareth, Zohra Opoku, Alexis Peskine e Mary Sibande.
Alexis Peskine
Apesar do “afrofuturismo” constituír uma espécie de “nebulosa conceptual” e as suas manifestações mais recentes provirem de muitas e diversas áreas criativas (literatura, música, moda, artes visuais,etc.), o que este “movimento” exprime é, sobretudo, um desejo de produzir novas narrativas e imaginários de e sobre África.
As obras do senegalês Alun Be (a imagem que encima este texto é de sua autoria) são, deste ponto de vista, particularmente representativas. Mas também as de Jim Chuchu, Mary Sibande ou Alexis Alexis Peskine merecem uma atenção especial.
Sobre a exposição e a temática “afrofuturista” vale a pena ler o texto escrito pelo curador Sheridan Tucker.