A Flow e as ``proptechs`` que estão a mudar o mercado imobiliário no continente africano
Como em muitos outros domínios de actividade, também o sector imobiliário está a conhecer os efeitos disruptores introduzidos por tecnologias e aplicativos criados por um conjunto se start-ups inovadoras.
Esta tendência tem vindo a ganhar expressão em anos recentes, a nível global, e começa agora também a chegar ao continente africano. Start-ups como a Flow (África do Sul), a Sweepsouth (África do Sul), a Cytonn Investments (Quénia), a CoFundie (Nigéria), a 14Trees (Malawi) ou a MeQasa (Gana) são apenas algumas das empresas que se têm destacada no sector das chamadas “proptechs”.
Na definição, bastante abrangente, de Angelica Donati, colaboradora regular da revista “Forbes”, fundadora de várias “proptechs” e empreendedora do mercado imobiliário, “proptech” (property technology) é o acrônimo utilizado para descrever todas as tecnologias aplicáveis ao espaço do sector imobiliário, quer se tratem de softwares de gestão, plataformas de crowdfunding, marketplaces de compra, venda ou alugueres ou ainda hardwares e materiais inovadores aplicáveis a a todo o tipo de construções.
A África do Sul é, segundo dados internacionais, o país onde se tem assistido ao maior florescimento de “proptechs”. Um recente estudo, produzido conjuntamente pela SA Proptech e a URERU (Universidade de Cidade do Cabo), dá conta disso mesmo: “Os princípios e tendências do sector das “Proptechs” já estão a ter impactos estimulantes e significativos de várias maneiras, desde o crowdfunding, que poderá levar investimentos imobiliários a um público muito mais amplo, a agências imobiliárias on-line e mesmo ao desenvolvimento da tecnologia blockchain com o seu potencial de aplicação a registos e cadastro de activos”. O relatório cita o exemplo da Flow, Uma plataforma de aluguer de imóveis inovadora, que levantou recentemente 20 milhões de rands numa ronda de financiamento que inclui quer investidores locais e como internacionais.
Apesar do crescimento das “proptechs” a nível global, o sector da contrução e do imobiliário continua a ser um dos mais resistentes à inovação. Como referia um relatório recente da consultora McKinsey, “o mercado resiste a acompanhar as tendências de inovação mundiais, enquanto outras indústrias avançam a passos rápidos com o uso da tecnologia. O sector de construção é um dos sectores menos digitalizados de todos”.