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A 6ª edição do festival Maputo Fast Forward /MFF teve como tema Cosmopolíticas & Afrotopias:
O final do século XX foi marcado pelo sentimento difuso, mas sombrio, de que, de algum modo, o “futuro tinha sido cancelado”. Franco Berardi, entre vários outros pensadores contemporâneos, refletem largamente sobre esta percepção sublinhando, em particular, como as visões utópicas do início do século tinham dado lugar, sobretudo a partir da 2ª Guerra Mundial, e com o advento da “Guerra Fria” que lhe sucedeu, a uma crescente proliferação de distopias, alimentadas, em grande parte, pelo fantasma apocalíptico da “destruição mútua assegurada” garantida pela proliferação exponencial e massiva dos arsenais nucleares.
A queda do Muro de Berlim, em 1989, e o fim das “grandes narrativas” ideológicas que tinham dominado o século até aí, levou mesmo alguns, como Francis Fukuyama, a designar esse momento como o “fim da História” e, simultaneamente, abriu espaço para a consolidação de uma nova “narrativa”: a de que não havia alternativa, não apenas à “economia de mercado” mas, mais significativamente, às “sociedades de mercado” e aos valores a elas associados. Na “Nova Ordem Mundial”, após a queda do Muro de Berlim, a noção de “futuro” ter-se-ia, portanto, tornado descartável pois o “futuro” era agora o “presente”.(O tema completo pode ser descarregado aqui)
Nesta perspectiva, a edição de 2021 do festival Maputo Fast Forward/MFF, pretende constituir-se como um espaço de reflexão que contribua para a “conversa global” em torno do futuro do Planeta e dos diversos seres e entidades que o habitam, estimulando, nomeadamente, a “produção de imaginários” alternativos que alimentem, de algum modo, a formulação duma “utopia mobilizadora” para o século XXI.