A realização da 3ª edição do evento “Les Ateliers de la Pensée“, em Dakar, no Senegal, confirmou esta iniciativa como uma das mais relevantes no continente africano na perspectiva de articular uma reflexão e estruturar um pensamento sobre os desafios globais contemporâneos e a contribuição que os intelectuais e os criativos de África (e da diáspora) podem (e devem) dar para esse debate.

Concebidos pelo filósofo camaronês Achille Mbembe e pelo economista senegalês Felwine Sarr, os “Ateliers de la Pensée” contaram este ano, pela primeira vez, não apenas com a participação de elementos ligados à academia (cientistas sociais, economistas, etc.) mas também com um número alargado de artistas (como a realizadora senegalesa Mati Diop, cujo filme Atlantique recebeu o Grande Prémio do júri no Festival de Cannes 2019 e que tivemos oportunidade de noticiar aqui), activistas sociais e culturais (como os ligados ao movimento Y En A Marre) e diversos actores da sociedade civil (agrónomos, psicanalistas, juristas, etc.).

 

Mati Diop, realizadora do filme “Atlantique”, Grande Prémio do Júri no Festival de Cannes 2019

 

Como os organizadores tiveram oportunidade de sublinhar, “a ideia é trabalhar sobre as formas como apreendemos África e o mundo a partir de novas categorias e conceitos mais adaptados à realidade contemporânea” tendo sobretudo em mente que África não existe isolada do resto do mundo e tem, portanto, de conseguir articular um pensamento que leve em conta as mudanças globais actualmente em curso.

Esta edição dos “Ateliers de la Pensée” foi marcada também pelo lançamento do livro “Politique des Temps” que reúne as contribuições produzidas durante o encontro de 2017.

Para mais informação ver aqui e aqui.